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Trabalhamos embarcadas, offshore, dentro d’água, como queiram. As palavras para explicar essa maneira de ganhar a vida, ou ganhar o sagrado dinheiro para viver a vida, tem muitos nomes. Mas, o importante é o que se ganha na convivência. Neste mundo muito diferente, temos o privilégio da intimidade quando descobrimos a beleza no interior dos seres mais incríveis. Verdadeiros presentes em palavras pois é o que podemos aqui compartilhar. Pérolas que não vão adornar o corpo mas com certeza vão fazer crescer o valor da alma de cada uma de nós. Se nem tudo que se mostra é belo, não importa. Se percebermos o equilíbrio, vai ficar tudo bem!
30 abril, 2011
Sobre Leões
Ontem estava assistindo Saia Justa e achei interessante quatro pessoas sentadas, conversando sobre si mesmas, sobre tudo, sobre nada. O interessante sobre ouvir alguém falando é que sempre se aprende algo, mesmo que este algo já esteja lá dentro e precise apenas ser acordado. Enquanto amaldiçoamos as dificuldades do caminho outros acreditam que este processo é cheio de emoções positivas. Enquanto alguns acreditam que “a fase” ou o inferno astral devam ser apenas ignorados ou tratados de maneira agressiva, outros aproveitam cada momento e fazem dele um aprendizado.
Se levarmos em conta que se, de repente, pudermos perceber que as vezes quando tudo está perdido você se dá conta que a perdição é um achado, acontecerá o verdadeiro processo de aprendizagem.
Quando nos perdemos o medo toma conta e aniquila nosso poder de pensar coerentemente. Voltamos a pergunta – por que temos medo? Desconhecimento, claro. Emoções que nos atacam e não estamos preparadas para sentir. Falta de fé, com certeza! Fé em nós mesmas!
Estar aberta para sentir o caminho como todo, pleno, faz com que você se integre ao momento. Liberta os sentidos mais terrenos e vira-se apenas energia. Entende-se que o bem e o mal são parte de um único ser, equilibrado. E deixa de existir, portanto, o bem e o mal.
Um amigo traz dentro da sua carteira um papelzinho com a seguinte frase – “O otimista é aquele que, quando tem que subir na árvore para fugir do leão, ainda consegue admirar a paisagem.”
Isso é se encontrar no momento da perdição. A calma, o conhecimento de si mesma, o otimismo, a fé, são ingredientes indispensáveis para manter o equilíbrio e nos ajudar a encontrar o caminho de volta. Nos ajuda a observar a paisagem enquanto o leão se cansa de esperar e vai embora.
Observando cães e leões lembro do provérbio espanhol – “Quem vive com medo, vive pela metade” – Considerando que um quarto do meu sangue é espanhol, tenho os leões como amigos mas também deixo os cães embaixo da árvore.
27 abril, 2011
Relacionamentos
Discutindo um bom livro, Shibumi, vemos como é possível amar e ser livre.
Tem-se até a impressão – convencionalmente errada, claro! – que a melhor forma de exercitar o desapego é quando se está com alguém que não é livre socialmente. Esta pessoa só pode nos dar seu exclusivo momento presente, em pequenas doses maravilhosas e tão intensas que é melhor que qualquer bodas. E através desta verdade podemos amar sabendo que não existe a posse na aliança. E aproveitamos cada segundo. O vinho tem mais cor, o perfume mais lembrança, a pele mais calor, o riso mais som, o beijo mais sabor.
Tagore disse – “Paixão é fogo que arde e consome os seres, fogo, fogo do inferno, melhor que o céu.”
Se considerarmos a paixão como vivenciar o momento presente intensamente, então é claro que será melhor que o futuro, o céu, pois não sabemos, agora, se ele realmente existe.
O tempo da felicidade a dois é contado através da sua própria capacidade de ser inteiro. A qualidade e não a quantidade é que marca a paixão, por isso, intensidade. Sem restrições, sem cobranças, a verdadeira liberdade dos sentidos.
Amamos porque o outro é imperfeito. Amamos os sapos sim, que são melhores, porque são verdadeiros, afinal, o Principe Encantado não existe. E na imperfeição encontramos sentido em nós mesmas. E nos jogamos nos braços de alguém porque simplemente queremos.
É assim que tem que ser, para fazer fluir a própria essência.
E fora isso, qualquer coincidência não é o acaso, é simplesmente escolha.
Tem-se até a impressão – convencionalmente errada, claro! – que a melhor forma de exercitar o desapego é quando se está com alguém que não é livre socialmente. Esta pessoa só pode nos dar seu exclusivo momento presente, em pequenas doses maravilhosas e tão intensas que é melhor que qualquer bodas. E através desta verdade podemos amar sabendo que não existe a posse na aliança. E aproveitamos cada segundo. O vinho tem mais cor, o perfume mais lembrança, a pele mais calor, o riso mais som, o beijo mais sabor.
Tagore disse – “Paixão é fogo que arde e consome os seres, fogo, fogo do inferno, melhor que o céu.”
Se considerarmos a paixão como vivenciar o momento presente intensamente, então é claro que será melhor que o futuro, o céu, pois não sabemos, agora, se ele realmente existe.
O tempo da felicidade a dois é contado através da sua própria capacidade de ser inteiro. A qualidade e não a quantidade é que marca a paixão, por isso, intensidade. Sem restrições, sem cobranças, a verdadeira liberdade dos sentidos.
Amamos porque o outro é imperfeito. Amamos os sapos sim, que são melhores, porque são verdadeiros, afinal, o Principe Encantado não existe. E na imperfeição encontramos sentido em nós mesmas. E nos jogamos nos braços de alguém porque simplemente queremos.
É assim que tem que ser, para fazer fluir a própria essência.
E fora isso, qualquer coincidência não é o acaso, é simplesmente escolha.
16 abril, 2011
Tempo
Quando se fala sobre o tempo se pensa em envelhecer, nas coisas que não foram feitas, no que é preciso fazer. Oh, o futuro! Ah, o passado! E perde-se o presente. Pode ser até um falatório redundante mas a verdade é essa mesma.
O passado tem gosto de melancolia, na maioria das vezes, e o futuro tem cheiro de carro novo – grande sonho! – e inevitavelmente deixamos o presente passar.
Li em algum lugar que presente tem nome de presente porque é um presente e deve ser desfrutado agora, neste momento.
Muito complicado? Vamos ver de outra forma – outro dia estava pensando em voltar à faculdade e pensei - Nossa, quando terminar estarei com quase 50 anos. Tô muito velha pra isso. - E acabei não levando a sério minha vontade. De repente, quando me dei conta dois anos tinham passado. A vontade não. E percebi que se eu tivesse levado em consideração aquele momento presente, teria acrescentado mais dois anos de estudos na minha bagagem.
Perdi, porque minha mente estava focada em algum momento no futuro que simplesmente era ilusão pura. Deixei passar, porque como a maioria das pessoas, eu não levei em consideração meu anseio presente e lancei-o para frente e já o descartei culpando o tempo pela velhice prematura, fazendo de mim alguma coisa inútil. Afinal, o que é velhice? Neste exato momento, enquanto escrevo isso, tenho plena consciência do meu corpo, do meu ser, dos meus pensamentos e não consigo sentir esta velhice.
Embora do lado de fora os outros percebam minha imagem diferente, do lado de dentro a juventude ainda se faz sentir. Sinto que a mente, a energia, a maneira de olhar a vida e compartilhar cada segundo comigo mesma ou com as pessoas, é que dá o ponto da idade.
Na verdade, como disse Richard Bach no livro Ilusões – Você está sempre livre para mudar de idéia e escolher um futuro ou um passado diferente. Quando se tem liberdade, escolhe-se livrar-se do lixo do passado que embota suas novas aventuras e portanto, está livre para abrir suas asas e escolher fazer seu futuro do jeito que melhor te apraz. Isto é viver o momento presente.
Embora alguns associem a liberdade ao cartão de crédito, seu valor é outro. Considerando que entendemos liberdade como utopia, é normal que se não se consiga abduzir a posse. A sociedade nos quer em grupos, normatizados, padronizados, iludidos.
Precisamos entender que a vida passa, tendo o tempo como nosso melhor amigo, e ele segue ao nosso lado, presente, dentro de nós.
Portanto, “dedicando a totalidade da vida no agora, nos tornamos gênios”. E podemos conceder a nós mesmos, todos os desejos!
O passado tem gosto de melancolia, na maioria das vezes, e o futuro tem cheiro de carro novo – grande sonho! – e inevitavelmente deixamos o presente passar.
Li em algum lugar que presente tem nome de presente porque é um presente e deve ser desfrutado agora, neste momento.
Muito complicado? Vamos ver de outra forma – outro dia estava pensando em voltar à faculdade e pensei - Nossa, quando terminar estarei com quase 50 anos. Tô muito velha pra isso. - E acabei não levando a sério minha vontade. De repente, quando me dei conta dois anos tinham passado. A vontade não. E percebi que se eu tivesse levado em consideração aquele momento presente, teria acrescentado mais dois anos de estudos na minha bagagem.
Perdi, porque minha mente estava focada em algum momento no futuro que simplesmente era ilusão pura. Deixei passar, porque como a maioria das pessoas, eu não levei em consideração meu anseio presente e lancei-o para frente e já o descartei culpando o tempo pela velhice prematura, fazendo de mim alguma coisa inútil. Afinal, o que é velhice? Neste exato momento, enquanto escrevo isso, tenho plena consciência do meu corpo, do meu ser, dos meus pensamentos e não consigo sentir esta velhice.
Embora do lado de fora os outros percebam minha imagem diferente, do lado de dentro a juventude ainda se faz sentir. Sinto que a mente, a energia, a maneira de olhar a vida e compartilhar cada segundo comigo mesma ou com as pessoas, é que dá o ponto da idade.
Na verdade, como disse Richard Bach no livro Ilusões – Você está sempre livre para mudar de idéia e escolher um futuro ou um passado diferente. Quando se tem liberdade, escolhe-se livrar-se do lixo do passado que embota suas novas aventuras e portanto, está livre para abrir suas asas e escolher fazer seu futuro do jeito que melhor te apraz. Isto é viver o momento presente.
Embora alguns associem a liberdade ao cartão de crédito, seu valor é outro. Considerando que entendemos liberdade como utopia, é normal que se não se consiga abduzir a posse. A sociedade nos quer em grupos, normatizados, padronizados, iludidos.
Precisamos entender que a vida passa, tendo o tempo como nosso melhor amigo, e ele segue ao nosso lado, presente, dentro de nós.
Portanto, “dedicando a totalidade da vida no agora, nos tornamos gênios”. E podemos conceder a nós mesmos, todos os desejos!
12 abril, 2011
Amor
Uma amiga me indicou um autor – Leo Biscaglia – encontrei na internet videos de palestras e livros. Assunto? Amor! Escrever sobre amor é, no mínimo, desafiante.
Afinal existem milhões de maneiras de amar, conceitos e trejeitos. Todos certos – ou errados. Depende exclusivamente do universo interior.
Pensando nisso lembrei de seres maravilhosos que influenciaram a história da minha vida: o professor de Biodança, a professora de Taquigrafia, um aluno que foi soldado, um namorado que faleceu, um amigo que desapareceu, uma amiga que virou irmã, uma vizinha que me presenteou cartas de Tarô. Realmente, se for listar todos vou precisar de muitas vidas. Na verdade cada um que se apresenta como anjo ou demônio em na nossa curta jornada neste plano, preenche espaços ou esvazia pedaços, e vai nos moldando.
Claro que já existe uma parte pronta dentro de nós, que já nasceu em algum momento divino e que apenas vai sendo lapidada. Infelizmente para muitos desgarrados, essa oportunidade de conviver é escassa. Então nos deparamos com o desamor representado em sua forma mais crua: assassinatos, violências, explosões, guerras, incompreensão, desrespeito, desprezo, abraços frios, beijos falsos, mentes com pressa.
Temos que prestar atenção pois podemos ser mais uma vítima do outro em sua sociopatia. Manter o coração puro e a mente reta dá trabalho. Mais trabalho ainda é manter a autoestima elevada e a imagem no espelho satisfeita. Amar alguém é difícil pois queremos sempre retribuição.
Sentir amor é complicado porque não conseguimos deixá-lo livre. O amor traz sofrimento porque não entendemos sua forma divina de simplesmente ser. Aí quase desistimos. E nos encontramos sozinhas.
Neste momento único, de resgate de mim mesma é que mora a oportunidade de apoderar o meu próprio ser e entender que ele brota dentro de mim e pode ter a forma que eu quiser e ir para onde eu determinar.
A intensidade que eu permitir e a quantidade que eu puder aguentar.
11 abril, 2011
Inferno e Céu
Nem sempre precisamos de um divã ou de vinho para fazer fluir boas conversas. Até sentadas à mesa na hora do almoço em um refeitório barulhento, podemos fabricar verdadeiras jóias.
Devo ressaltar aqui que apenas registro sentimentos e palavras daquelas que co-habitam comigo o mesmo território de trabalho. Jamais poderia, sozinha, expressar tanta experiência e vivência. Meu coração ainda não está maduro o suficiente para isso. Minha alma está muito aquém de tanta sabedoria. Mas, com ou sem vinho, vamos tentando atingir o Nirvana, ou ainda o Shibumi.
A paz, o belo, a felicidade, enfim, tudo isso descobrimos que não são utopias. Somos sempre enganadas pensando que jamais seremos um inteiro e apenas uma “metade da maçã”. Que maçã que nada! Podemos ser abacaxis, frutas de conde, melancias ou até bananas, mas seremos completas! Uma amiga disse que a sua estrada da vida é cheia de pedras e ela vai tentando arrancar uma a uma do caminho.
Será que ela vai assim, encontrar o caminho do céu? Na verdade – disse ela – Eu estou tentando fazer o céu dentro de mim. O inferno está do lado de fora. No caos de todos os dias, onde se misturam sentimentos com acontecimentos, verdades com meias mentiras, idas e vindas, perdas e encontros, somos solapadas por fluxos infinitos de energias de todas as espécies.
Se nos deixarmos levar por tudo que nossos sentidos captam, se nos deixarmos vencer pela ilusão do outro, então verdadeiramente, deixaremos o inferno entrar.
10 abril, 2011
Caminho Difícil
Estou beirando os 50 e há pouco tempo descobri que o preconceito com a mulher está arraigado no nosso espírito. É muito mais que cultural, que histórico, que genético. Talvez seja culpa da sociedade ou nossa própria.
O que sei realmente é que enquanto os homens se juntam para se defender nós mulheres atacamos umas às outras e defendemos os homens. Quer maior preconceito que este??? Enquanto minha idade cronológica avança, sinto meu espírito se libertar de tanto lixo que estou vivendo um momento sublime. Difícil acreditar.
Talvez minha terapeuta encontre aqui milhões de razões para mais uma receita com florais e isto me faz rir. E é tão bom! E esta liberdade tem a ver com as outras, especificamente. Ouvir a mulher que está perto de nós é como descobrir a nós mesmas. Almas gêmeas, ao contrário do que os contos de fadas nos iludiram, não é o príncipe encantado, mas sim a amiga que se desencanta e revela-se como um pedaço da nossa própria alma.
Sentir, prestar atenção, escutar de verdade, além de fazer a diferença, faz a igualdade também. É quando se descobre na outra seu próprio universo de solidão, de amor, de esperança, de alegria. Igualam-se as tristezas e multiplicam-se os sonhos.
Aí você consegue escutar seu próprio coração num eco quando ouve "Se eu escolhi te amar pelo caminho mais difícil é porque eu posso" E podemos. Podemos amar sim, sem medo.
Podemos escolher qualquer caminho sim, sem medo.
Porque simplesmente somos capazes de ser inteiras, livres, e felizes.
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