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Trabalhamos embarcadas, offshore, dentro d’água, como queiram. As palavras para explicar essa maneira de ganhar a vida, ou ganhar o sagrado dinheiro para viver a vida, tem muitos nomes. Mas, o importante é o que se ganha na convivência. Neste mundo muito diferente, temos o privilégio da intimidade quando descobrimos a beleza no interior dos seres mais incríveis. Verdadeiros presentes em palavras pois é o que podemos aqui compartilhar. Pérolas que não vão adornar o corpo mas com certeza vão fazer crescer o valor da alma de cada uma de nós. Se nem tudo que se mostra é belo, não importa. Se percebermos o equilíbrio, vai ficar tudo bem!

22 setembro, 2015

Hoje é um daqueles dias...


      Hoje é um dia daqueles, onde a gripe começa na garganta e sua voz fica cavernosa. E a tristeza vem com força debilitando não só o corpo mas a vontade... de tudo. Pode parecer meio depressivo mas é apenas uma fase da lua. E olha que ela está crescente!
      Mas é assim que acontece. Quando a febre se instala e o corpo quer reagir e não consegue. A mente dá voltas e se embola com os outros. Problemas alheios, no trabalho, em casa. Principalmente no trabalho. Aqui nesta ilha de ferro onde todos parecem muito próximos mas estão sempre tão distantes. Distantes de casa, de qualquer carinho, afastados de si mesmos, de todos. Encavernados em seus próprios mundos e querendo apenas um pouquinho do ouvido alheio.
      Nesse trabalho tão ortodoxo, verificamos que somos impotentes diante de tantos mandos e desmandos desses ditos chefes que deveriam ser competentes e só nos mostram maneiras disconexas para lidar com qualquer situação. Tem um aqui que é completamente descompensado. Uma pessoa que encontra problema na solução. Questiona tudo e o que está pronto ele desmancha porque é seu "estilo". Trabalhar com uma pessoa totalmente inconstante é absurdamente cansativo. Principalmente se for o chefe. E no fim das contas ninguém fala nada. A palavra dele sempre é a última (depois de dez minutos falando sem te dar oportunidade de argumentar).
     E ainda tem os absurdos, as injustiças, as discriminações. Vemos nossos colegas - bons profissionais - sujeitados à condenação sem julgamento. E estou falando do simples trabalho realizado indo até demissões injustas.
     Mas é assim que segue o curso da vida - mas não sei se concordo passivamente com isso. Em algum lugar dentro da minha mente tem um sininho que bate dizendo "tá errado"! Mas, o que fazer?
Choro. Fico tão triste, tão aborrecida que simplesmente choro. É assim que sinto a incapacidade de ação. Como agir? Como dar alento a alguém dizendo, "calma, tudo vai dar certo", se nem mesmo acredito nas minhas palavras e não confio no sistema em que trabalhamos / vivemos, passamos metade da nossa vida.
     Penso naquelas pessoas que jogam tudo para cima e vão viver no meio do mato, da selva, do nada, só para terem o prazer de não se aborrecerem com as altercações imbecis e desnecessárias do dia a dia. Covardes? Não! Corajosas! Assim pelo menos não vão deixar que pessoas incompetentes governem suas vidas e tão pouco suas vontades.
     Mas, para quem trabalha, para quem precisa trabalhar, lidar com o "chefinho" cheio de manias faz parte do pacote. E neste dilema de crise política, financeira e cultural que vivemos o mais importante é agradecer por, pelo menos, termos um emprego. Um trabalho onde o salário vem certinho no final do mês e o restante funciona razoavelmente.
     Ainda não aprendemos a viver de forma equilibrada. Ainda carregamos conosco a herança da cultura "reclamativa" e esquecemos de colocar nossa energia no presente, agradecendo cada segundo onde podemos fazer acontecer. Deixamos passar, principalmente, pessoas incríveis sem lhes dar o devido valor.
     Não temos que nos apoquentar com aquela pessoinha mal humorada que não nos valoriza. Provavelmente carrega uma bagagem cheia de tarja preta, fazendo mal a si mesmo. Se mudarmos o foco, vamos encontrar perto, muito pertinho mesmo, seres humanos com sorrisos sinceros, pessoas com um potencial para uma amizade infinita e aquele ali, quietinho, com um ouvido acolhedor e um abraço quentinho para afastar toda energia negativa.
     Por isso que, quando estou em um dia daqueles, onde nenhuma pílula milagrosa faz afastar a enxaqueca, lembro de gente de verdade. Gente que ri com você, que valoriza seus sentimentos e te aceita pelo que você tem. Se é bom ou ruim, não importa. Essas pessoas não julgam. Simplesmente estão ali, no mesmo barco que você (literalmente) e te entendem. E te apoiam e te dão um pedacinho do coração delas se o seu engasgar em uma batida.

6 comentários:

  1. Obrigada querida. Vc também está ai!

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. André Vianna - Fico lisonjeado e agradecido de ter feito e, ainda fazer parte de sua vida, sendo uma referência de positividade e otimismo em um mundo tão complexo. Quanta saudade !! Obrigado pelo seu carinho e amizade que, com o passar do tempo torna-se ainda mais consistente e duradoura. Beijos no coração S2

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