Da emoção, da provocação, daqueles momentos castos onde tudo era implicância.
Engraçado como se quer a separação e no momento que acontece, tudo parece que foi em vão: os gritos, as impaciências, a chatice, as incoveniências.
Mas era bom.
Rir com você.
Provocar seus olhares aparentemente surpresos.
Você nunca se entregava.
Nunca deixou aquela força-agressiva deixar você por completo.
Não existia doçura - só verdade.
E a verdade não traz amenidades.
Traz apenas a vida crua.
Mas você ainda me ensinou a não ter medo.
Por isso o próprio espanto quando me postava verdadeira à sua frente.
E a luta recomeçava.
Durou esta vida toda e provavelmente vinda de outras.
Mas, no fim, as espadas foram embainhadas.
Os escudos caídos no chão.
A batalha interrompida, espero, acabada!
Talvez exista um próximo encontro, numa ravina verde, embaixo de uma árvore, onde possamos continuar aquelas infindáveis conversas.
Quem sabe com um café, uma sopa.
Um cão ou um passarinho por perto.
Ouvir sua risada, aquele olhar que tudo sabia, sendo provocado novamente.
E, no fim, só um abraço.
Não daqueles duros, que você não sabia dar.
Mas um que viesse do coração, onde eu pudesse ouvir, só por uma vez, você dizer:
Eu te amo!
15 julho 2020
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