Interessante como nos decepcionamos com as negativas ou as positivas inversas ao que esperávamos. Complicado? Nem tanto, se pensarmos na quantidade de decepções e encontros desmarcados ou no planejamento infinito que não se concretiza sempre adiando ou esperando que o outro faça acontecer para ser realizado.
Vixi! Agora compliquei de vez! Pergunto-me, por que fico triste depois de ficar alegre? Talvez porque exista ainda em mim aquela pitada de ingenuidade que todos condenam (Sim, porque ser ingênua é sempre ponto negativo!).
Na maioria das vezes dosamos nossa vontade por causa de alguém. Limitamos o tamanho dos nossos passos sempre pensando no julgamento alheio. Se vamos sair para dançar, nunca sem acompanhante; se vamos sair para jantar, nunca sem um par; se vamos ao cinema, imagina, sozinha? Acho graça nesta hora porque penso nos meus sobrinhos... sim, novamente, lá vão eles comigo – ou eu com eles – e acabo na fila dos Smurfs!
Melhor parar com isso! Mas como? Se tudo que aprendemos tem a ver com “o outro”. Desde o início nos ensinam que Deus criou a mulher da costela do homem para que não vivessem sós no paraíso. Que raio de paraíso é esse que me tolhe, me faz ser condescendente, me ensina que a independência feminina tem um quê de marginalização?
De qualquer forma é melhor começar a contar só comigo para não me decepcionar mais. Ou quem sabe não esperar demais. É isso! Estamos sempre esperando que o outro estabeleça o parâmetro para o que temos que fazer e daí termos prazer.
Isto é perigoso e frustrante. Não serve para quem já passou da adolescência e descobriu que o romantismo está apenas nos filmes e nos romances das Julias e Sabrinas.
Quando ficar alegre por ter que esperar, cuidado: tenha sempre o plano B (ou o Z) pronto. Assim, quando ligarem para desmarcar ou dar uma desculpa esfarrapada (sorte sua pois na maioria das vezes isso nem acontece!) não fique triste. Entenda que as pessoas – homens e mulheres – têm seus momentos, seus altos e baixos, suas seqüelas. E você não é responsável, nem culpada, pelas atitudes alheias. Jamais atrele sua felicidade a alguém que nem mesmo sabe quem é ou a que veio.
Expectativas são suas, criadas na sua mente, crias da sua vontade. Quando entender isto, não terá mais a sensação de tristeza por não ter realizado o que dependia do outro ser. Simplesmente o momento passará e ficará a sensação de que o azar é só dele (ou dela!).
Se nosso coração é livre e tem o poder de ir e vir com responsabilidade, satisfação vira mera informação. Porque se o paraíso significa manter minhas asas dobradas enquanto alguém é responsável pelo vento para que eu possa alçar voo, então, prefiro o inferno!