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Trabalhamos embarcadas, offshore, dentro d’água, como queiram. As palavras para explicar essa maneira de ganhar a vida, ou ganhar o sagrado dinheiro para viver a vida, tem muitos nomes. Mas, o importante é o que se ganha na convivência. Neste mundo muito diferente, temos o privilégio da intimidade quando descobrimos a beleza no interior dos seres mais incríveis. Verdadeiros presentes em palavras pois é o que podemos aqui compartilhar. Pérolas que não vão adornar o corpo mas com certeza vão fazer crescer o valor da alma de cada uma de nós. Se nem tudo que se mostra é belo, não importa. Se percebermos o equilíbrio, vai ficar tudo bem!

17 setembro, 2011

Expectativas


Interessante como nos decepcionamos com as negativas ou as positivas inversas ao que esperávamos. Complicado? Nem tanto, se pensarmos na quantidade de decepções e encontros desmarcados ou no planejamento infinito que não se concretiza sempre adiando ou esperando que o outro faça acontecer para ser realizado.
Vixi! Agora compliquei de vez! Pergunto-me, por que fico triste depois de ficar alegre? Talvez porque exista ainda em mim aquela pitada de ingenuidade que todos condenam (Sim, porque ser ingênua é sempre ponto negativo!).
Na maioria das vezes dosamos nossa vontade por causa de alguém. Limitamos o tamanho dos nossos passos sempre pensando no julgamento alheio. Se vamos sair para dançar, nunca sem acompanhante; se vamos sair para jantar, nunca sem um par; se vamos ao cinema, imagina, sozinha? Acho graça nesta hora porque penso nos meus sobrinhos... sim, novamente, lá vão eles comigo – ou eu com eles – e acabo na fila dos Smurfs!
Melhor parar com isso! Mas como? Se tudo que aprendemos tem a ver com “o outro”. Desde o início nos ensinam que Deus criou a mulher da costela do homem para que não vivessem sós no paraíso.  Que raio de paraíso é esse que me tolhe, me faz ser condescendente, me ensina que a independência feminina tem um quê de marginalização?
De qualquer forma é melhor começar a contar só comigo para não me decepcionar mais. Ou quem sabe não esperar demais. É isso! Estamos sempre esperando que o outro estabeleça o parâmetro para o que temos que fazer e daí termos prazer.
Isto é perigoso e frustrante. Não serve para quem já passou da adolescência e descobriu que o romantismo está apenas nos filmes e nos romances das Julias e Sabrinas.
Quando ficar alegre por ter que esperar, cuidado: tenha sempre o plano B (ou o Z) pronto. Assim, quando ligarem para desmarcar ou dar uma desculpa esfarrapada (sorte sua pois na maioria das vezes isso nem acontece!) não fique triste. Entenda que as pessoas – homens e mulheres – têm seus momentos, seus altos e baixos, suas seqüelas. E você não é responsável, nem culpada, pelas atitudes alheias. Jamais atrele sua felicidade a alguém que nem mesmo sabe quem é ou a que veio.
Expectativas são suas, criadas na sua mente, crias da sua vontade. Quando entender isto, não terá mais a sensação de tristeza por não ter realizado o que dependia do outro ser. Simplesmente o momento passará e ficará a sensação de que o azar é só dele (ou dela!).
Se nosso coração é livre e tem o poder de ir e vir com responsabilidade, satisfação vira mera informação. Porque se o paraíso significa manter minhas asas dobradas enquanto alguém é responsável pelo vento para que eu possa alçar voo, então, prefiro o inferno!

10 setembro, 2011

Vínculos



Hoje é o casamento do meu primo. Uma relação muito atual, com filhos “seus e meus”, com todos os temperos e um Menu muito próprio, para tudo dar certo. Aí me lembrei de uma conversa sobre relacionamentos que tive com uma amiga, há três anos.
Interessante como os casais se separam fácil hoje em dia, mas a verdade é difícil se separar; é horrível, dói muito, ficamos tristes, afinal, ninguém quer terminar um relacionamento! Temos sempre aquela intenção de sermos um casal eterno; a imagem do envelhecer ao lado daquele alguém com quem nos casamos. Quando me separei, lembro muito bem o que todas as pessoas me diziam. Uma frase, porém me deu muito alento, quando minha tia, depois de ouvir minhas lamentações disse: “Ninguém casa para se separar!”
Com o tempo a dor vai indo embora e percebemos que tudo acontece para o nosso bem.
Depois sempre encontramos alguém que nos diz que podemos ser felizes novamente. E lá no fundo, nós sabemos que podemos. Mas sempre precisamos ouvir isso de outra pessoa, por que será? Auto-estima em baixa? Amor próprio deprimido? Não importa, queremos que ele diga “posso te fazer feliz!”
Somos todos grandes solitários nessa vida internética. Sabe, acredito que a humanidade está sofrendo de solidão coletiva. A maior parte das depressões é devido à falta de um relacionamento estável. Essa história de globalização, ficar, relacionamentos abertos, está deixando as pessoas sem raiz. Isso traz insegurança, afeta toda a psique do indivíduo e leva ao suicídio. Quando falo em suicídio, quero dizer que não precisa dar um tiro na cabeça ou beber veneno para se matar. Basta desistir de viver, ou as vezes se jogar de cabeça em um coquetel de frutas com rum.
As famílias estão sendo transformadas, os relacionamentos duram pouco e tudo em nome de um sexo fácil e emoções "rasas" - ninguém quer se aprofundar em nada e acabamos no fim da noite em casa sozinhos ou, acordamos somente com a cama enorme sem um bom dia, sem um rosto amigo ao lado.
O sentimento do medo nos invade; medo de apaixonar, de amar, de se entregar. Isto promove desconfiança e acabamos deixando de lado a autenticidade e nos embolamos nos outros e esquecemos o que queremos de verdade. Muitas vezes aquele que encontramos é bom, mas não acreditamos, e ele também não, achando que somos todas iguais! Tudo por uma questão de insegurança, de um inconsciente coletivo que nos diz que nada vai dar certo! Mesmo porque se não der é só separar. Essa é a grande pegada do momento. Nem precisamos mais tentar!
No fundo só queremos ser felizes. Fazer o outro feliz. E podemos! Podemos ser ótimas companhias um para outro. Isto nos faz bem! Podemos até achar que isso é impossível, que não existe.
Mas no fundo sabemos que é tudo uma questão de confiança, segurança, deixar o coração nos guiar. Minha amiga Fa disse que precisamos pensar nossa vida com metas. Na maioria das vezes só conseguimos atrelar nossas metas a alguém, porque no fundo, necessitamos de um vínculo. Não dá para ser feliz sem ele. Seja ele de que jeito for com quem quer que nos ame ou que amemos.
Vínculos - É assim que somos feitos, de sentimentos que nos unem às pessoas... fácil?! Depende da qualidade do amor e da sua capacidade de entendê-lo.

Curiosos